Estudantes da PUC-SP protestam contra violência da PM e contra impeachment
Estudantes da PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo fizeram manifestação na noite desta 3ª feira, 22.03, contra a repressão da Polícia Militar (PM), ocorrida na 2ª feira em frente à Universidade, e também contra o impeachment da presidenta Dilma Roussef, o que consideram um golpe.
Em 21.03 a polícia reprimiu com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha estudantes que manifestavam na Rua Monte Alegre, onde fica a PUC-SP. Nesta 3ª feira, a reitora da universidade, Anna Maria Cintra, enviou ofício ao governador Geraldo Alckmin colocando-se contra a ação da PM. A reitoria lamentou o ocorrido e disse ser contra qualquer ato de violência.
No ato feito hoje, os estudantes pediram um novo posicionamento da reitoria em relação à repressão da PM. Segundo as lideranças, os estudantes exigem medidas concretas contra as ações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e da PM.
O grupo reuniu-se dentro da PUC-SP e saiu em passeata, por volta das 20h, pelas ruas do bairro de Perdizes até chegar à Avenida Francisco Matarazzo às 20h40. No caminho, gritaram palavras de ordem pedindo o fim da Polícia Militar e também contra o impeachment. A PM, dessa vez, não acompanhou o ato.
Mais cedo, o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse que a ação da Polícia Militar durante o protesto foi legítima e só ocorreu porque um grupo contrário tentou impedir os manifestantes de continuarem o ato contra a corrupção.
“Temos que parar com esse absurdo de acusar a polícia de problemas criados por alguns manifestantes. Na quinta-feira passada, tivemos, na mesma universidade, a manifestação a favor do governo, sem nenhum problema. Ontem, o ato era de pessoas da PUC contrárias ao governo federal. Durante a manifestação, um grupo a favor do governo quis evitar o ato. Isso poderia gerar briga, então a polícia precisou dispersar”,
disse Moraes.
Segundo o secretário, para dispersar os manifestantes que tentavam atrapalhar o ato do grupo oposto, a Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e spray de pimenta. O secretário negou que haja diferença no tratamento aos manifestantes.
NOTA DA REDAÇÃO JF
Não é correta a afirmação do secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, de que o ato público realizado na noite de 2ª feira, 21.03, tenha sido em favor do impeachment e contra o governo de Dilma Rousseff. O correto é exatamente o contrário. Em razão do comprometimento político do governo do Estado de São Paulo com a campanha pelo impeachment, a desinformação deste Secretário evidencia a leitura demasiado não verdadeira dos fatos, comprometida politicamente para o adequado exercício do poder de polícia pelo Estado na Democracia Brasileira.